

Cerca de 80 pessoas, entre agricultores, extensionistas, lideranças e representantes de entidades, participaram na tarde de quarta-feira (22), de uma tarde de campo sobre fertirrigação em culturas de milho, de sorgo, de milheto e de pastagens, entre outras. A atividade, organizada pela Emater/RS-Ascar e pela Empresa Justi – com o apoio da Prefeitura de Putinga e da Laticínios Cenci – Nonna Nita –, foi realizada na propriedade do agricultor Paulo Cézar Camilotti, da localidade de Linha Taquara.
Foram três estações de trabalho, em uma delas foi apresentado um sistema instalado de bombeamento de esterco líquido curtido, com vistas a reduzir os impactos ambientais nas propriedades. Temas como composição do esterco, formas de tratamento (esterqueira, compostagem), quantidade do produto a ser aplicada, equipamentos necessários, dimensionamento do sistema e possíveis impactos ambientais também foram discutidos durante a tarde de campo.
De acordo com o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli, a fertirrigação tem importância por reduzir custos, facilitar o trabalho e tornar mais eficiente a distribuição de dejetos oriundos da produção animal. “Fora o fato de ser um sistema menos perigoso do que aquele que utiliza a aplicação do produto com trator, especialmente em um terreno acidentado”, destaca, reforçando a importância da Emater/RS-Ascar como entidade que promove o fomento a este tipo de tecnologia disponível.
Para o anfitrião da tarde, além da economia, o principal ponto para a adoção do sistema – implantado em sua propriedade em maio para aplicação nas pastagens e na cultura do milho – foi a logística. “Antes dependia de trator da Prefeitura ou de algum equipamento contratado de forma particular, em um modelo oneroso e nada prático”, comenta. Camilotti ressalta que seriam necessários R$ 150 mil reais de investimentos somente em maquinário, para a aplicação dos dejetos na propriedade. “Assim, o modelo que utiliza bombas, tubulações e canhões não custou muito mais do que R$ 20 mil”, afirma.
O agricultor Celso Rossini, de Linha Quadros, foi outro a adotar o sistema no município. Além da redução de custos – na casa de 70% de economia – Rossini destaca a segurança do modelo, capaz de espalhar 35 mil litros de produto curtido por hora. “Certa vez quase perdi um familiar que estava em cima do trator, por conta do nosso terreno cheio de declives”, relata. “Agora é só ligar uma chave que tudo sai funcionando”, enfatiza, destacando a praticidade do manejo.
A atividade contou com a presença de outras lideranças, como o vice-prefeito de Putinga, Enevir Polese, representantes das empresas Justi e da cooperativa Sicredi, além de extensionistas da Emater/RS-Ascar e do coordenador do Departamento do Meio Ambiente do município, Leonardo Giacomini, que esclareceu questões relacionadas ao manejo dos dejetos suínos com vistas a evitar contaminações dos escossistemas.
Texto: Ascom Emater