Alguns sinais e gestos realizados com as mãos pelos alunos Mabily Cristiny de Moraes (09 anos) e Miguel Teixeira (10) não são mais novidades para os colegas de sala de aula. Outros já são melhor interpretados por professores e demais funcionários da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Leo Joas. Tudo graças ao “Sinais de Inclusão”, programa do Governo de Estrela através da Secretaria Municipal de Educação (Smed) que, no caso dos alunos com deficiência auditiva, fomenta a popularização e a ibilidade à Língua Brasileira de Sinais – Libras, e também trabalha com os módulos do “Braile” e da “Flexibilização e Adaptação”. Programa terá novidades na volta às aulas e alunos terão surpresas.
Tornar a Língua Brasileira de Sinais – Libras (surgida no século XIX, derivada da Língua sa de Sinais) algo mais ível, comum e velada de preconceitos ou mesmo olhares curiosos é um dos objetivos do programa “Sinais da Inclusão”. Na avaliação da titular da Smed, Elisângela Mendes, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que o processo seja mais natural e fácil, mas que para encurtar essa distância e diminuir alguns obstáculos a pasta seguirá incentivando ações especiais. No caso da Libras, o projeto ganhará um novo capítulo dentro do processo de inclusão social. Ana Fabíola Diedrich (41) é professora na Emef Leo Joas, escola que se tornou referência no município por centralizar os casos de alunos com deficiência auditiva. A professora atende de forma direta, na sala de aula, os alunos Mabily e Miguel, que necessitam da Libras para se comunicarem e receberem o conteúdo ado pelo professor titular da turma a eles e aos demais colegas.
Conforme lembra Ana Diedrich, a situação, no início nada comum aos demais colegas, chamava a atenção destes. “Mas o processo ou a ser uma curiosidade construtiva, um interesse dos colegas da dupla em saber como aquilo ocorria, funcionava na prática, e se eles também poderiam aprender. Isso ocorreu, cresceu e chegou até às casas, com crianças comentando sobre isso com os pais”, lembra. O interesse virou trabalho e o projeto “Libras – como surgiu?” foi um dos selecionados e participantes da 1ª Feira Estrelas do Conhecimento. Na feira, o trabalho foi um dos mais procurados por alunos e visitantes e tirou o segundo lugar na etapa municipal da feira.
Cartazes
Agora, na retomada das aulas, a Leo Joas terá um terceiro aluno com deficiência auditiva: Maya Valentina de Moraes, seis anos, irmã de Mabily. A jovem menina não esconde o nervosismo pela mudança de escola e certo receio pela recepção dos novos colegas. A presença da irmã lhe conforta um pouco, assim como as ações do programa “Sinais da Inclusão”.
No retorno das aulas, no próximo dia 22, não somente os três alunos com deficiência auditiva como também os demais terão surpresas. Alguns espaços comuns da escola do Bairro das Indústrias irão contar com cartazes onde fotos de Mabily e Miguel ilustram a forma, os sinais e o movimento que são realizados com as mãos e os braços para utilizarem o vocabulário da Libras. “Pretendemos ampliar o o dos demais alunos, professores e funcionários da escola, ou mesmo visitantes, à Língua Brasileira de Sinais-Libras. Queremos proporcionar uma introdução a este vocabulário básico, ao menos para coisas comuns e de rotina do dia a dia escolar. A inclusão deles não pode acontecer apenas em sala de aula, mas também nas quadras esportivas, no recreio, locais onde podem ampliar a interação com alunos de outras turmas, assim como com os funcionários, como geralmente ocorre na hora do lanche”, comenta a professora, que foi quem confeccionou os cartazes.
Preparativos
Na última semana, Mabily foi até à escola e ajudou a professora Ana Diedrich a colar os primeiros cartazes e tirar as últimas fotos para os demais temas. Sua irmã Maya foi junto, até para já melhor se ambientar com os espaços que irá frequentar a partir do próximo dia 22. Mabily, apesar de já mais acostumada com tudo, também não esconde a ansiedade. “Estou nervosa com a volta da aula, mas feliz. A Libras me ajuda muito. O projeto vai ajudar meus colegas, minha irmã”, diz a menina, através da Libras, com o auxílio da professora, apesar de usar um aparelho que lhe ajuda a escutar um pouco melhor. Sua irmã não quis falar, mas a mãe das meninas, Marilsa de Moraes, confessa. “Estou muito feliz, emocionada. É um avanço essas e outras ações de inclusão que este projeto da educação está fazendo por minhas filhas e outras crianças”, diz. “É o ‘óculos’ de quem tem um problema de visão. Não soluciona, mas ajuda muito, se torna essencial no dia a dia delas”, pontua.
Na saída da escola, que em abril, maio e junho irá sediar uma formação para professores e funcionários sobre a Libras, as alunas Mabily e Maya, a professora Ana, a mãe Marilsa e a diretora Cleonice Diehl utilizaram a especial língua para agradeceram: “Obrigado”.
Texto e Fotos: Rodrigo Angeli/Governo de Estrela





