Mais de 13 mil pessoas acompanharam as duas noites de espetáculo
A 17ª edição do espetáculo da Paixão de Cristo bateu recorde de público. Mais de 13 mil pessoas acompanharam os dois dias de encenação, que este ano ocorreram sábado e domingo. Os mais de 100 profissionais, entre atores e equipe técnica proporcionaram momentos carregados de emoção, contando com som, luz e muita expressão.
Embora a história seja conhecida, todos os anos o diretor Pablo Capalonga reescreve o roteiro, que nesta edição inseriu os imigrantes e músicas regionalistas. A segunda noite trouxe ainda mais emoção, em função do falecimento da atriz Ida Lucian, no domingo durante o dia. Toda a equipe e autoridades estavam visivelmente emocionados, contagiando boa parte do público.
O Guardião do Convento Franciscano São Boaventura, Inácio Delazeri deu as boas-vindas aos espectadores. “Nós aprendemos de Deus a nos apaixonar pela humanidade. Aprendemos a cuidar e ter misericórdia por todas as pessoas. Que nós tenhamos sempre um coração agradecido”, declarou.
Prefeito Germano Stevens saudou os imigrantenses e visitantes. Germano iniciou agradecendo a todos os que se empenharam para que a 17ª Paixão de Cristo pudesse ocorrer, saudando, também, a todas as autoridades presentes e agradeceu aos patrocinadores. “Se não fosse o aporte financeiro de quem acredita nesse espetáculo, nada disso estaria acontecendo”, disse.
“São 17 edições. Hoje (domingo) uma edição diferente. Primeiro transferimos o evento de sexta para domingo, em função da chuva. Esse espetáculo é um momento de reflexão. Vocês vão ver aqui todos os atores de Imigrante, que vão ar uma mensagem ímpar. É um privilégio termos neste ambiente, uma encenação tão qualificada, por pessoas que trabalham e se dedicam voluntariamente em nosso município. Hoje temos a tristeza de que uma pessoa não vai estar entre nós. Quero neste momento reconhecer o trabalho da Ida Lucian, que ontem atuou nesse espetáculo, com toda sua energia e alegria, mas infelizmente hoje não vai estar aqui.”
Germano pediu uma forte salva de palmas para Ida Lucian, que voluntariamente contribuiu para que o evento sempre mantivesse sua grandeza. “Quero agradecer à família, com quem conversamos. Eles disseram que se a Ida pudesse falar, diria que devemos sim encenar a Paixão de Cristo no dia de hoje. É neste cenário, carregado de emoção, que teremos a encenação da 17ª edição da Paixão de Cristo”, disse o prefeito, emocionado.
Secretário da Cultura, Desporto e Turismo, Charles Porsche deu as boas-vindas aos visitantes e aos imigrantenses. “O evento tornou-se um dos maiores e melhores do Brasil nesse gênero, graças ao investimento de muitas pessoas e entidades ao longo dessas 17 edições. Muitos dedicaram seu tempo para que, hoje, este a Paixão de Cristo seja da grandiosidade que é”, disse Porsche, agradecendo aos atores, ao diretor Pablo Capalonga e a todos os patrocinadores que acreditam no evento.
O secretário de Educação, Carlos Alexandre Lutterbeck, agradeceu a presença do público e aos patrocinadores, que permitem a realização de um espetáculo dessa magnitude. “Agradecemos ao Governo do Estado, ao Pró-Cultura e aos conselheiros. O espetáculo vai ao encontro daquilo que o próprio Conselho de Cultura preconiza, que é um espetáculo democrático, sem cobrança de ingresso, e que contemple todas as faixas etárias. Reforçamos o agradecimento ao público, que foi recorde nessas duas edições da 17ª Paixão de Cristo.”
Representando a Câmara Federal, o Deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) agradeceu o empenho de todos. “É um espetáculo grandioso, da produção a todo esse público que abrilhanta ainda mais a noite. Agradeço ao vice-prefeito e secretário de Obras de Imigrante, Fabiano Acadroli, por essa gestão assertiva e de resultados, que beneficia a todos”, declarou.
O roteiro
O diretor Pablo Capalonga explicou que a encenação sempre prima por apresentar um roteiro novo a cada ano. Nesta edição, o filão foi a inserção do homem da terra, numa homenagem à comunidade de Imigrante, cuja própria origem dá nome à cidade.
“A questão da presença do homem da terra me fez imaginar que o cancioneiro popular brasileiro, que falasse da terra, estivesse inserido no espetáculo. Iniciamos com a canção ‘Disparada’, de Jair Rodrigues, uma letra que fala de como o homem lida com o boi e a relação dele com os animais, e isso era muito presente na época da imigração, numa cena que prepara para a cena do mercado, que também é uma cena nova, retratando a relação do homem com a terra, trocas de produtos extraídos da terra”, explicou o diretor.
No decorrer do espetáculo, há as canções “Asa Branca” e “Fogão de Lenha”, que são músicas regionalistas, também apontando para a questão da identidade da terra. O final acrescenta outra canção da MPB, “Luz Divina” que fala sobre a presença de Jesus dentro da encenação.
Um evento realizado por todos
Nos dois dias da Encenação da Paixão de Cristo (01 e 02 de abril) o público teve à disposição praça de alimentação com a venda de comes e bebes. Houve a presença de ervateira, disponibilizando erva mate e água quente. O local contou também com banheiros autolimpantes, feira do produtor e de artesanato. A equipe de saúde esteve de priontidão com ambulância para atender qualquer eventualidade. A segurança do local foi realizada pela Brigada Militar de Imigrante e pelos Bombeiros Voluntários IMICOL. O estacionamento foi organizado e orientado pelo Consepro, estudantes da AIEL e Conselho Municipal de Trânsito. Ônibus e vans tiveram estacionamento exclusivo no pátio da empresa Gota Limpa.
A XVII Paixão de Cristo teve o patrocínio Direto da Sicredi, patrocínio Máster da Hassmann S.A.; patrocínio Ouro da Gerdau, patrocínio Prata da Certel e Marquez Alimentos e patrocínio Bronze: da Gota Limpa, Simonaggio e Lojas Solar. A realização da Associação Cultural de Imigrante e Prefeitura Municipal de Imigrante e financiamento Pró-Cultura, Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Fotos Cris Thomé
